Mais uma vez Fernando Pessoa...
LIBERDADE
(Interpretado na voz de João Villaret é como eu me lembro deste poema)
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa…
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca…
Fernando Pessoa
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Villaret.jpg
Que saudades que deixou JoãoVillaret, não me vou esquecer nunca do som inconfundível da sua voz e da sua capacidade de nos surpreender.
Que saudades que deixou JoãoVillaret, não me vou esquecer nunca do som inconfundível da sua voz e da sua capacidade de nos surpreender.
Mesmo eu que amo os livros, prezo esta "liberdade" hoje não vou pegar num livro!
e que prazer...
Até breve Tágide!
Sem comentários:
Enviar um comentário