Walt Whitman (1819 - 1892)

Walt Whitman (1819 - 1892)
(...) What do you see, Walt Whitman? Who are they you salute, and that one after another salute you? (...)

26 de abril de 2010

Olhar com olhos de ver!


















Este olhar profundo de Walt Whitman serve de imagem central deste blog porque há muitos anos atrás, quando li pela primeira vez, um dos seus poemas:

"Salut au monde!"

fiquei muito curiosa e nunca mais me esqueci dos versos que aqui transcrevo!

"(...)What do you see Walt Whitman?
Who are they you salute, and that one after another salute you?
I see a great round wonder rolling through space,
I see diminute farms, hamlets, ruins, graveyards, jails, factories,
palaces, hovels, huts of barbarians, tents of nomads upon the surface,
I see the shaded part on one side where the sleepers are sleeping,
and the sunlit part on the other side,
I see the curious rapid change of the light and shade,
I see distant lands, as real and near to the inhabitants of them as
my land is to me.(...)"



Walt Whitman foi um poeta norte-americano, descendente de ingleses e holadenses, nascido em West Hills, Long Island.

Contudo, quando tinha apenas quatro anos, sua família mudou-se para Brooklyn, onde frequentou até aos onze anos uma escola oficial, trabalhando depois como aprendiz numa tipografia.

A obra poética de Whitman centra-se na colectânea "Leaves of Grass" dado que ao longo da sua vida o escritor se dedicou a rever e completar aquele livro, que teve ao todo oito edições durante a vida do poeta.

Whitman morreu no dia 26 de Março de 1892 e foi sepultado em Camden, New Jersey.
Cinco anos depois foi publicada em Boston a décima edição de Leaves of Grass (1897), a que se juntaram os poemas póstumos "Old Age Echoes".

Nos seus poemas, Walt Whitman elevou a condição do homem moderno, celebrando a natureza humana e a vida em geral em termos pouco convencionais.

Na sua obra "Leaves of Grass", Whitman exprime em poemas visionários um certo panteísmo e um ideal de unidade cósmica que o Eu representa.

Profundamente identificado com os ideais democráticos da nação americana, Whitman não deixou de celebrar o futuro da América.

Ficou ainda mais conhecido mundialmente a partir das citações inseridas no enredo do filme original "Dead Poets Society".

Fernando Pessoa escreveu um poema de nome "Saudação a Walt Whitman".

Walt Whitman introduziu uma nova subjectividade na concepção poética e fez da sua poesia um hino à vida.

A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais traduz a ideia de totalidade no verso livre, que irá influenciar não apenas a literatura americana posterior, mas todo o lirismo moderno, incluindo o poeta e ensaísta português Fernando Pessoa.

Saudação a Walt Withman, poema do heterónimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, é uma espécie de manifesto a Walt Whitman.

No poema de Álvaro de Campos, o poeta transmite a sensação de um nervosismo que beira a histeria e afirma ter dúvidas quanto à utilidade da própria existência.
Diz explicitamente que lamenta não ter tido a "calma superior" do poeta americano.

O verso livre e o recurso poético chamado "paralelismo" está neste poema.
Pode-se dizer que o princípio do paralelismo domina a estrutura da poesia.

Na Saudação a Walt Whitman, três versos dão conta da natureza futurista de que era feito Álvaro de Campos.

Ele classifica assim o poeta americano:

"(...)Jean-Jacques Rousseau do mundo que havia de produzir máquina,
Shakespeare da sensação que começa a andar a vapor,
Milton-Shelley do horizonte da Eletricidade futura(...)".

O futurismo de Álvaro de Campos não é do tipo que empresta às banalidades da vida moderna o estatuto de poesia ou que tenta consolidar novos cânones em detrimento de outros fundadores do pensamento que lhe é contemporâneo.

Álvaro de Campos extrai do moderno o perene, actualiza a ideia e o conceito na matéria viva, revela o eterno no aparentemente transitório.

O poeta americano e seu pansexualismo — “sexualizado pelas pedras, pelas árvores, pelas pessoas, pelas profissões” — uma revelação feliz e bem resolvida de uma certa palpitação erótica — insatisfeita, sofrida, impotente — que se percebe em todos os poemas de Álvaro de Campos.

No seu caso, no entanto, o desejo, sem definição de género, como o de Whitman, parece jamais ter encontrado um lugar, um objecto em que se fixar, um corpo em que se exercer.


"Food for thought"... Dá mesmo em que pensar! Até breve. Tágide
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