Walt Whitman (1819 - 1892)

Walt Whitman (1819 - 1892)
(...) What do you see, Walt Whitman? Who are they you salute, and that one after another salute you? (...)

28 de abril de 2010

Hoje a minha escolha vai para o cinema Francês


Eu ainda sou do tempo em que a RTP (canal 2) passava todas as semanas um filme francês, mas longe vão esses dias..
Temos de estar muito atentos hoje em dia para não deixar escapar exibições de filmes franceses.
Estes foram os últimos que vi e gostei: 




"De Tanto Bater, Meu Coração Parou"

(Jacques Audiard / 2006. um rapaz trabalha despejando invasores de prédios de Paris para serem vendidos a especuladores imobiliários. apesar do quotidiano violento, nutre o sonho de ser concertista de piano, como a falecida mãe. ganhou 8 Césars e o Bafta). Excerto de Diário de Notícias.


"Séraphine"

(Martin Provost / 2008. A biografia da Pintora, que era empregada doméstica na cidade Senlis, descoberta por um crítico alemão, pouco antes da primeira guerra. sua trajectória, do anonimato ao sucesso e à quase loucura deu ao filme 7 Césars). Excerto de Diário de Notícias.




"Há Tanto Tempo que te Amo"

(Philippe Claudel / 2008. Depois de 15 anos na cadeia, uma mulher -
Kristin Scott-Thomas - vai para a casa da irmã mais nova, que é casada e tem duas filhas adoptivas. Aos poucos ficamos a conhecer seu passado e o que se passou para ela ser condenada. tocante, contido e com grandes interpretações). Excerto de Diário de Notícias.


 
É bom ser surpreendido por filmes que não são blockbusters e que nos tocam com temas actuais e a sempre bonita sonoridade da língua francesa!! Não digam que não é verdade!

Até breve Tágide


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27 de abril de 2010

Walt Whitman mais uma vez





Ainda no seguimento do meu post de ontem...

Walt Whitman foi, acima de tudo, um homem que atendeu à chamada para a invenção de uma poesia nova, que falasse a língua do novo país que se estava a formar..
Alguém que se orgulha excessivamente da sua nação? Sim, de certa forma.
Idealista? Sim, em alguns dos poemas.
Mas sempre inventivo, corajoso, e sempre a tentar, com sua palavra, prestar conta do seu tempo histórico, das lutas ocorridas durante sua vida, não só no âmbito pessoal (seus amores e desamores), mas também na vida da nação:
- a guerra civil, durante a qual trabalhou como enfermeiro voluntário (ver especialmente os poemas da secção “Drum-Taps”);
- o assassinato de Abraham Lincoln (na secção “Memories of President Lincoln”);

Um homem do seu tempo, cuja voz vem atravessando os séculos.

Walt Whitman deixou-nos, com Leaves of Grass, seu testemunho e seu testamento humano e literário. Muitos que vieram depois dele  inspiraram-se, aprenderam com ele, discordaram dele, amaram-no e até o odiaram. Mas o seu livro continua vibrante e essencial ainda hoje.

Certamente continuará por ainda muitos anos mais, gerando poemas e poetas.

Voltarei a falar de Walt Whitman.

Até breve.
Tágide
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26 de abril de 2010

Olhar com olhos de ver!


















Este olhar profundo de Walt Whitman serve de imagem central deste blog porque há muitos anos atrás, quando li pela primeira vez, um dos seus poemas:

"Salut au monde!"

fiquei muito curiosa e nunca mais me esqueci dos versos que aqui transcrevo!

"(...)What do you see Walt Whitman?
Who are they you salute, and that one after another salute you?
I see a great round wonder rolling through space,
I see diminute farms, hamlets, ruins, graveyards, jails, factories,
palaces, hovels, huts of barbarians, tents of nomads upon the surface,
I see the shaded part on one side where the sleepers are sleeping,
and the sunlit part on the other side,
I see the curious rapid change of the light and shade,
I see distant lands, as real and near to the inhabitants of them as
my land is to me.(...)"



Walt Whitman foi um poeta norte-americano, descendente de ingleses e holadenses, nascido em West Hills, Long Island.

Contudo, quando tinha apenas quatro anos, sua família mudou-se para Brooklyn, onde frequentou até aos onze anos uma escola oficial, trabalhando depois como aprendiz numa tipografia.

A obra poética de Whitman centra-se na colectânea "Leaves of Grass" dado que ao longo da sua vida o escritor se dedicou a rever e completar aquele livro, que teve ao todo oito edições durante a vida do poeta.

Whitman morreu no dia 26 de Março de 1892 e foi sepultado em Camden, New Jersey.
Cinco anos depois foi publicada em Boston a décima edição de Leaves of Grass (1897), a que se juntaram os poemas póstumos "Old Age Echoes".

Nos seus poemas, Walt Whitman elevou a condição do homem moderno, celebrando a natureza humana e a vida em geral em termos pouco convencionais.

Na sua obra "Leaves of Grass", Whitman exprime em poemas visionários um certo panteísmo e um ideal de unidade cósmica que o Eu representa.

Profundamente identificado com os ideais democráticos da nação americana, Whitman não deixou de celebrar o futuro da América.

Ficou ainda mais conhecido mundialmente a partir das citações inseridas no enredo do filme original "Dead Poets Society".

Fernando Pessoa escreveu um poema de nome "Saudação a Walt Whitman".

Walt Whitman introduziu uma nova subjectividade na concepção poética e fez da sua poesia um hino à vida.

A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais traduz a ideia de totalidade no verso livre, que irá influenciar não apenas a literatura americana posterior, mas todo o lirismo moderno, incluindo o poeta e ensaísta português Fernando Pessoa.

Saudação a Walt Withman, poema do heterónimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, é uma espécie de manifesto a Walt Whitman.

No poema de Álvaro de Campos, o poeta transmite a sensação de um nervosismo que beira a histeria e afirma ter dúvidas quanto à utilidade da própria existência.
Diz explicitamente que lamenta não ter tido a "calma superior" do poeta americano.

O verso livre e o recurso poético chamado "paralelismo" está neste poema.
Pode-se dizer que o princípio do paralelismo domina a estrutura da poesia.

Na Saudação a Walt Whitman, três versos dão conta da natureza futurista de que era feito Álvaro de Campos.

Ele classifica assim o poeta americano:

"(...)Jean-Jacques Rousseau do mundo que havia de produzir máquina,
Shakespeare da sensação que começa a andar a vapor,
Milton-Shelley do horizonte da Eletricidade futura(...)".

O futurismo de Álvaro de Campos não é do tipo que empresta às banalidades da vida moderna o estatuto de poesia ou que tenta consolidar novos cânones em detrimento de outros fundadores do pensamento que lhe é contemporâneo.

Álvaro de Campos extrai do moderno o perene, actualiza a ideia e o conceito na matéria viva, revela o eterno no aparentemente transitório.

O poeta americano e seu pansexualismo — “sexualizado pelas pedras, pelas árvores, pelas pessoas, pelas profissões” — uma revelação feliz e bem resolvida de uma certa palpitação erótica — insatisfeita, sofrida, impotente — que se percebe em todos os poemas de Álvaro de Campos.

No seu caso, no entanto, o desejo, sem definição de género, como o de Whitman, parece jamais ter encontrado um lugar, um objecto em que se fixar, um corpo em que se exercer.


"Food for thought"... Dá mesmo em que pensar! Até breve. Tágide
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