Walt Whitman (1819 - 1892)

Walt Whitman (1819 - 1892)
(...) What do you see, Walt Whitman? Who are they you salute, and that one after another salute you? (...)

5 de setembro de 2010

Os Clã "Golden Skans" (versão Antena 3)


Desta vez não é dum livro nem dum filme que vos escrevo é sobre uma banda :

Os Clã

Para mote começo por esta música "Golden Skans" numa versão da qual gostei muito:




Os Clã formaram-se em Novembro de 1992 pela mão de Hélder Gonçalves (baixo piccolo e voz) que convoca, para dar corpo ao seu projecto, Miguel Ferreira (teclados e voz), Pedro Biscaia (teclados), Pedro Rito (baixo), Fernando Gonçalves (bateria) e Manuela Azevedo (voz). Passaram o ano seguinte a ensaiar e a preparar canções.

Em 1994 começaram com as apresentações ao vivo e em 1995 assinaram um contrato discográfico com a EMI-Valentim de Carvalho iniciando nesse mesmo ano as gravações do seu disco de estreia.

1996-2000
O álbum de estreia, "LusoQUALQUERcoisa", é editado no dia 14 de Fevereiro de 1996, contando o alinhamento deste primeiro trabalho com 13 canções originais e ainda versões de "Give Peace a Chance" de John Lennon e de "Donna Lee" de Charlie Parker.
São extraídos desse álbum os singles "Pois É" e "Novas Babilónias".

Em Abril de 1997 realizam no auditório da Antena 3 um espectáculo constituído por "versões acústicas" das canções do CD "LusoQUALQUERcoisa". Neste concerto contam com a participação da cantora  Maria João na interpretação de uma versão do tema "Pois É".
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O segundo álbum, "Kazoo", é gravado rapidamente em três semanas durante 1997 e editado a 15 de Setembro desse ano.
De novo com a produção de Mário Barreiros e Carlos Tê (desta vez responsável por todas as letras), este trabalho apresenta doze novas canções e uma versão de "I'm Free" de  Mick Jagger e Keith Richards.
Deste álbum foram escolhidos os singles "GTI (Gentle, Tall & Intelligent)", "Problema de Expressão" e "Sem Freio".

Com "Kazoo", os Clã iniciam uma digressão de mais de dois anos, com mais de 100 espectáculos em  Portugal, com direito de passagem por Macau e Brasil.
O projecto "Afinidades", espectáculo encomendado pela  Expo'98 e que conta com a participação de Sérgio Godinho, estreia em Setembro de 1998.
Em Janeiro de 1999 é apresentado no Porto, em três noites esgotadas no teatro Rivoli.
Em  1999 participam no disco de homenagem aos Xutos & Pontapés - "XX Anos XX Bandas", com a versão do tema "Conta-me Histórias", escolhido como primeiro single desta colectânea.

2000-2004

"Lustro" é editado no dia 22 de Maio de 2000. Este trabalho traz como novidade a colaboração de letristas como Sérgio Godinho, Manel Cruz (dos Ornatos Violeta) e do brasileiro Arnaldo Antunes bem como a continuação de Carlos Tê na maioria das letras. "Dançar na Corda Bamba", o primeiro single extraído deste disco, é um grande sucesso deste disco. Se "Kazoo" havia confirmado a promessa "Lustro" garantiu o reconhecimento da banda por parte da crítica e do público. Em Setembro do mesmo ano "O Sopro do Coração" é escolhido como segundo single do álbum.
Participam em "Ar de Rock - 20 anos depois", disco de homenagem a Rui Veloso e ao disco "Ar de Rock", com uma recriação do tema "Bairro do Oriente".
No dia 4 de Dezembro os Clã dão o seu primeiro concerto, em nome próprio, na Aula Magna que conta com a participação especial de Manuel Cruz, Nuno Rafael, Maria João; Mário Laginha e Adolfo Luxúria Canibal (dos Mão Morta).
Em Dezembro, "Lustro" alcança o galardão de Disco de Ouro. "H2Omem", com letra de Arnaldo Antunes, é lançado como terceiro single.
Participam em Março de 2001 nos espectáculos "Come Together" de homenagem aos Beatles. "A Hard Days Night, "Lucy in the Sky With Diamonds" e "Everybody's Got Something to Hide" são os temas interpretados pelos Clã. 
No dia 13 de Maio do mesmo ano deslocam-se a Cannes para participar no espectáculo que decorreu após a projecção oficial do filme "Vou para Casa" de Manoel de Oliveira.

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O grupo participa na edição de 2001 do Festival de Vilar de Mouros.
No dia 30 de Outubro é estreado no Teatro Rivoli, por ocasião do Porto 2001, o filme-concerto "Nosferatu" com banda sonora do grupo.
Em Dezembro de 2001 é editado o álbum "Afinidades" gravado nos concertos de 1999 no Teatro Rivoli. O disco atinge rapidamente o galardão de disco de ouro. O álbum "Lustro" é editado em França a 22 de Janeiro de 2002, seguido de uma apresentação da banda na Sala "Le Divan du Monde", em Paris, a convite da Associação Cap Magellan.
27 de Junho, os Clã apresentaram-se em  Bordéus, inseridos na programação do Festival "Bordeaux Fête Le Vin" e no dia seguinte, na Sala Razzmatazz, em Barcelona.
Já em 2003, mais precisamente a  27 de Fevereiro, o grupo apresentou em Lisboa, no Fórum Lisboa, o filme-concerto "Música Para Nosferatu", perante uma sala esgotada.
Participam entretanto no disco "Irmão do Meio" de Sérgio Godinho, editado em Abril, com uma nova versão de "Dancemos No Mundo".

2004-2006

O disco "Rosa Carne" foi editado em 3 de Maio de 2004. O primeiro single é o tema "Competência Para Amar" com letra de Carlos Tê.
As músicas do disco são de Hélder Gonçalves que co-produziu o disco com Mário Barreiros e ainda assina a letra de "Pas de Deux". As outras letras são de Carlos TêSérgio GodinhoArnaldo AntunesAdolfo Luxúria Canibal e John Ulhoa (elemento da banda brasileira Pato Fu).
No dia 26 de Novembro o grupo apresenta o disco "Rosa Carne" no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, com a participação de Arnaldo Antunes e Paulo Furtado.
O CD-duplo "Vivo" é editado em Outubro de 2005. O disco inclui gravações efectuadas nos concertos da Aula Magna (em 4 de Dezembrode 2000), Hard Club (28 de Fevereiro e 1 de Março de 2001), Queima das Fitas do Porto (6 de Abril de 2001) e Centro Cultural Olga Cadaval (26 de Novembro de 2004). Foi lançada ainda uma edição limitada com DVD bónus com filmagens retiradas da videoteca "particular" do grupo.
O primeiro DVD do grupo intitulado "Gordo Segredo", editado em Outubro, inclui a gravação do concerto realizado no Grande Auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.
Em 2006 é editado o livro "Curioso Clã" com as letras do grupo e texto do jornalista Nuno Galopim. Neste ano o grupo actua em França, Brasil, Espanha e Macau. O grupo faz uma versão do tema "Tortura de Amor" do brasileiro Waldick Soriano para a compilação "Eu Não Sou Cachorro Mesmo".
Ainda em 2006 foi publicado pela Objecto Cardíaco o livro «As Letras como Poesia» de Vitorino Almeida Ventura, que versa sobre as letras de Carlos Tê para os primeiros três álbuns dos Clã, reeditado em 2009 pela Afrontamento.

O grupo regressa em 2007 com o álbum "Cintura", com edição a 1 de Outubro. O primeiro single é "Tira a Teima" com a colaboração de Paulo Furtado.




Nosferatu, o vampiro

Em Portugal, por iniciativa do festival "Odisseia da Imagens" da Porto 2001, os Clã foram convidados a reflectir em música a sua interpretação do legendário filme de Murnau.
O espectáculo resume-se à projecção do clássico de Murnau "Nosferatu - Uma Sinfonia de Horrores", acompanhado por música ao vivo dos Clã.
Ao longo desta exibição, os espectadores tiveram a possibilidade de apreciar o filme, aliado à "leitura" musical do modo como os Clã interpretam o "Nosferatu".
Realizado por  F.W. Murnau em 1922, "Nosferatu, A Symphony of Horror" é talvez a melhor e mais assustadora versão cinematográfica da novela de Bram Stoker. Obra-prima do mudo, "Nosferatu" viria, décadas mais tarde, a inspirar a composição de diversas bandas sonoras, muitas vezes interpretadas ao vivo durante a projecção do filme.
O resultado é um coerente compromisso entre o clássico e o moderno, onde a faceta mais estereotipada da banda pop surge surpreendentemente diluida.
A estreia foi no dia 30 de Outubro de 2001 no Teatro Rivoli, no Porto.
Esta projecção foi repetida em poucas salas do país:
  • 27 de Julho de 2002 - Cine Teatro António Lamoso - Santa Maria da Feira
  • 5 de Outubro de 2002 - Teatro Cine da Covilhã [Sessão Encerramento Festival Imago]
  • 7 de Dezembro de 2002 - Auditório Municipal - Torres Vedras
  • 27 de Fevereiro de 2003 - Grande Auditório do Fórum Lisboa - Lisboa
Tecnicamente este espectáculo/projecção era de uma complexidade considerável:
  • o filme, que tinha sempre de ser cedido pela Embaixada Alemã, era a 18 frames por segundo (fps), o que requeria um projector de cinema que pudesse trabalhar a essa velocidade;
  • à formação normal dos Clã em concerto (bateriabaixo, dois teclistas, uma guitarra e voz) era acrescentado um piano acústico, tocado por Manuela Azevedo e uma estação de Pro-Tools, tudo isto no espaço entre o final do palco e a primeira fila de cadeiras. Havia ainda uma coluna Leslie para o órgão Hammond de Pedro Biscaia, mas que na maioria dos casos ficava atrás do ecrã;
  • as partes musicais compostas pelo grupo em estúdio e programadas para estar em sincronia com o filme no sistema Pro-Tools, tinham que ser ajustadas em tempo-real por um técnico dado que normalmente os projectores não conseguiam estar em permanência a 18 fps;
  • o facto de os Clã serem um grupo de rock implicava as necessidades de um sistema de som suficiente que nem sempre se adequava aos tamanhos das portas de acesso das salas de cinema: entre as necessidades deste espectáculo contava-se 4000 watts de potência e uma mesa de som analógica Yamaha PM3000 de 40 canais, na qual a cada função, se utilizavam todas as suas 40 entradas, todos os seus oito grupos de saídas, todas as suas oito saídas auxiliares e todos os seus oito VCAs.
  • os músicos tinham de tocar, ler as partituras, olhar para o maestro e ainda seguir o filme, o que obrigava à colocação de monitores de vídeo que permitissem que os elementos que estavam de costas para o ecrã pudessem seguir a projecção do filme;
  • os elementos do grupo tinham que usar auscultadores, uma vez que tocavam no espaço reduzido da primeira fila de um cinema e não se podiam utilizar monitores de palco, e também porque o seu uso afectaria o som final destinado ao público.
Por razões de espaço neste espectáculo, todos os músicos acabavam colocados ao lado uns dos outros, o que curiosamente foi a disposição seguida pelos Clã nos concertos da digressão seguinte (disco "Rosa Carne").
Os Clã pretendiam editar um DVD com a banda sonora de "Nosferatu" mas tal ainda não foi concretizado.

Discografia:


Álbuns ao Vivo



Membros
  • Fernando Gonçalves - bateria
  • Hélder Gonçalves - transbaixos, baixo eléctrico, contrabaixo, guitarras barítono, acústica e eléctrica, teclados, bateria, percussões e voz
  • Manuela Azevedo - voz, piano e percussões
  • Miguel Ferreira - sintetizadores, piano e voz
  • Pedro Biscaia - Hammond, Rhodes, Juno, Jupiter, SuperJX e MonoPoly
  • Pedro Rito - Baixo


Sons que não se esquecem!


Espero que gostem até breve Tágide!

1 de setembro de 2010

"Desvendámos o mistério das traduções dos títulos de filmes" por Vanda Marques



Estive uns dias sem escrever eu sei... acho que o mês de Agosto e este calor fazem parar até os bloggers mais dedicados!! boa desculpa... mas cá estou de novo.

Hoje a caminho do trabalho li um artigo no Jornal i do qual gostei muito, é realmente o desvendar de um mistério...por isso não resisti a transcrevê-lo aqui:

"Desvendámos o mistério das traduções dos títulos de filmes" por Vanda Marques , Publicado em 01 de Setembro de 2010 Jornal i.

A canção "Ponha aqui o seu pezinho, devagar, devagarinho" pode servir de inspiração para um filme de vampiros? A Castello Lopes acha que sim. Não sabemos se a ideia terá nascido de um trautear em desespero de causa numa sala cheia. O certo é que o filme "Vampire Sucks" - que estreia a 30 de Setembro - foi traduzido para "Ponha Aqui o seu Dentinho".



Este é um sério candidato a título mais original do ano e foi com isso em mente que nos propusemos a resolver um mistério que atormenta os cinéfilos: quem é que traduz os títulos dos filmes para português e como funciona este processo?

Regras a cumprir Primeiro, é preciso saber que os títulos que vê nos cinemas têm de ser aprovados pela Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC), que tem como regra número um: tudo em português. Mas há excepções. "Podem ser utilizados títulos em inglês ou outra língua estrangeira, desde que se refiram a nomes de personagens, localidades, temas musicais ou bandas, ou de difícil tradução ou atribuição de título em português", esclarece-nos por email Eliana Pereira, assistente técnica do IGAC. Ao que nós acrescentamos, depois de falarmos com várias distribuidoras, de muito, muito difícil tradução.

André Taxa, director de marketing da Columbia TriStar Warner, simplifica a questão. "Existem duas condicionantes impostas pela IGAC: ao contrário de outros países da Europa, em Portugal não são aceites títulos exclusivamente em língua original, salvo casos em que estes sejam nomes próprios das personagens (como o ''Salt''), marcas, locais, etc. Não são aceites ainda títulos repetidos de filmes já existentes (excepto remakes)."



Segundo ponto importante para entender a escolha de um título português é que os tradutores não são para aqui chamados. "A questão dos títulos locais não é um problema de competências de tradução, é de capacidade de escolher um título forte e apelativo, e que posicione o filme com o tom certo para o público a que se dirige", explica ao i Pedro Espadinha, do departamento de marketing da Columbia TriStar Warner. Por essa razão, nenhum tradutor levantou o braço e disse: a tradução de ''The Expendables" é dispensáveis e não "Os Mercenários", como está nas salas. São decisões dos departamentos comerciais e de marketing que normalmente englobam cerca de 4 a 10 pessoas.



Mas muitas vezes, as distribuidoras vêem-se a braços com verdadeiros dilemas de tradução. "A expressão ''Vampire Sucks'' tem uma piada que não é possível traduzir. Por um lado sucks significa ''chupar'', mas também ''não presta''. Optamos por manter o espírito do filme de comédia", diz Sandra de Almeida, do departamento de marketing da Castello Lopes Multimedia.

A escolha da linguagem é uma das formas de situar o filme correctamente para o seu target, como nos explica Nuno Gonçalves, administrador da ZON Lusomundo Audiovisuais. "''Na Senda dos Condenados'' é direccionado para um público mais velho, não é para jovens. Optamos por não traduzir literalmente ''Fifty Dead Men Walking'' (Cinquenta homens mortos a caminhar) porque seria comprido de mais." Outro título que iria fazer história era "''Tá bem, Abelha!". "No caso do filme ''Bee Movie'', que era uma abelhinha chata, achamos um nome engraçado e tipicamente português, o ''Tá bem, abelha''. Mas a produtora norte-americana não concordou. Internacionalmente era ''A História de Uma Abelha'' e assim ficou. Era um título ao estilo National Geographic, mas são eles que têm a palavra final."



Nas traduções dos títulos há até liberdade para dar mais informação do que o original, como no caso "The Back-up Plan", "Plano B... ebé" ou "The Box" para "Presente de Morte". "Damos mais informação para ir buscar o público deste filme. No caso ''The Box'', não vale a pena os fãs das comédias românticas da Cameron Diaz irem ao cinema à espera de vê-la alegre e divertida, porque é completamente diferente", diz Nuno Gonçalves.

Cover of "The Box"Cover of The Box

 Outro recurso utilizado é manter o título original e acrescentar um subtítulo em português. A Ecofilmes recorre a esta estratégia várias vezes. "Normalmente o título em inglês já é reconhecido e as produtoras preferem que se mantenha o original, como é o caso de ''Thirst - Este é o Meu Sangue...''", diz o director comercial da Ecofilmes, Jorge Dias. Um dos títulos mais falados da distribuidora não foi um destes casos. Os críticos cairam em cima de "Um Homem Singular" porque não concordavam com a tradução de "A Single Man". "Tentamos ser fiéis ao original, a intenção de escolher singular em vez de sozinho é para dar mais informações sobre a personagem."



Os departamentos estão habituados a críticas, mas como nos respondeu Pedro Espadinha acerca do título "Miúdos e Graúdos", original "Grown Ups": "Nestes casos em que há críticas aos títulos de filmes, gostamos também de devolver a sugestão de novo título a quem critica. Que título daria ao ''Grown Ups''? ''Crescidos'' acha que é um bom título, com apelo comercial e que reflecte que se trata de uma comédia familiar? É uma área que gera discussão naturalmente, o que para nós até é positivo, porque mostra também a importância e interesse que os filmes têm para as pessoas."


Está quase desvendado o mistério das más traduções! Até breve Tágide.
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